Atos Passionais

Dúvidas. Eram elas que ditavam os seus passos. Falara bobagens ao telefone e resolveu justificar-se. Para isso precisava vê-la, a essa hora ela deveria está na faculdade. Aqueles amigos de faculdade, aquelas farras aos fins de semana, sinuca, cerveja, ele já havia traçado em sua cabeça todo aquele cenário. E não fora diferente do que ele pensara.

Queria fazer uma surpresa, mas ela poderia não gostar. Que se dane, ele não estava atrás de respostas? não queria mesmo saber se o interese dela pela faculdade se limitava exclusivamente aos estudos? Mesmo assim, sua educação falou mais alto, "Jamais visite alguém sem ser convidado", já dizia sua mãe. Então ele ligou.

Ela desceu as escadas de seu departamento eufórica, pra não dizer histérica. Puxou-0 para fora do prédio e pediu-lhe que voltasse pra casa. Ele estava invadindo o seu espaço. Ela iria se sentir ridicularizada. Ora pombas, não é ela que diz amá-lo, e ele não acredita que eles possam se entender, mesmo depois dela ter pedido a ele um "tempo" e de ter confessado está ficando com um carinha da faculdade? Então será que ela tem o direito de impedi-lo de ir atrás de respostas?
Na verdade a idéia da busca da resposta só aconteceu depois da ação dela em querer proibi-lo de está ali naquele lugar. Ele não iria conseguir ir embora e deitar sua cabeça em um travisseiro aquela noite. Já que estava ali. Já que não ia mesmo convence-la a aceitar suas desculpas, das bobagens que havia falado ao telefone, porque não ia fundo, e tentava descobrir o que se passa naquele ambiente, enquanto ele acredita que seja só assuntos acadêmicos.

Ele continuou ali, a espera-la. E ela sabia que ele estaria ali. Afinal foram 4 anos de convivência. Mas haviam coisas que ela errara em pensar. Como por exemplo achar que ele estava lá para arranjar confusão. Pois bem, mesmo sabendo que ele estaria lá, ela saira ao lado do tal "H". Ao vê-lo, veio ao seu encontro, despedindo-se do cara com apenas um até logo. Seria essa a hora em que eles se beijavam ardentemente em outras noites? Ele achava que não. Isso era feito com muito mais cautela. Ele também a conhecia.

Ao vê-lo. Veio em sua cabeça a idéia de que aquela era a oportunidade perfeita para conversar com o tal "H". Ao mencionar tal idéia ela novamente voltou a ficar histérica. Agarrou-lhe pelo braço, impedindo-lhe que ele fosse de encontro ao outro. Algo podre no reino... Muito nervosa ela pára uma condução e o chama para entrar. Ele fala que vai a pé e aí ela baixa a guarda. Ingênua, entra na condução enquanto ele dobra uma rua, faz uma curva e procura o tal "H", pra conversar.

Um bar. Sinuca. Cervejas. Lésbicas. Gays. Ele se aproxima e não o vê. Deu mesmo tempo dele sair. Daria tempo, até mesmo, dele ter saído com ela. Essa possibilidade não fora de toda descartada em sua cabeça. Pediu uma cerveja e saiu. Infelizmente não seria hoje o dia do tal encontro. Mas o destino deu uma mãozinha. O tal "H" cruzara, sozinho, o seu caminho. Se ele quisesse agredi-lo seria o local perfeito. Rua deserta e escura. Só eles dois. Cara-a-cara.

-Sabe quem eu sou.
O outro desconversou, trocando letras de seu nome. Querendo, com evasivas, faze-lo tropeçar em suas próprias palavras. Um babaca, constatou ele.
-Não quero tomar muito do seu tempo, só facilite as coisas pra mim. Você fica, ou ficou com minha ex-namorada e isso me incomoda muito. Se você disser que ainda está com ela eu deixo vocês em paz e não me meto mais. Mas se você falar que não está mais e que não existe a possibilidade de vocês ficarem. Eu vou ser feliz com ela, que é o que eu quero.

Ele enrolou, enrolou... o outro criticou sua forma filosófica de induzir as coisas. Acabou não respondendo nada. E seu silêncio fez o outro comprovar. Que se não existe ato, existe vontade.
Ela o liga e ele sai pra conversar com ela.

Ela fica arrasada pelo que ele fez, triste, o culpa por tudo. Acha simplesmente ridiuclo tudo que acontecera. Só depois de dormir. E logo de mnhã cedo, receber uma ligação do tal "H", aparece toda contente. Acontecera o que ele queria. As dúvidas acabaram. Ele pode agora ser feliz. E ela, deixa está o tal "H", eles se merecem.

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