Peso dois


Engraçado é que ainda não tinha me dado conta de quanto ia ser dificil a gravidez de minha noiva. O normal dela é sempre está questionando, cobrando, lamentando. Agora imagina isso duplicado (pra não dizer quadriplicado) por conta das náuseas, vômitos, dores de cabeça e cansaços ocasionados pela gravidez?

Ela fica, o tempo todo, dizendo que a gravidez é um trabalho braçal e que eu não posso questionar nada pois não sou eu que vou carregar a criança por nove meses. Claro que dou razão a ela, mas será mesmo que não existe uma forma dela se acalmar mais. Todas as coisas que falo tem peso dois. Tenho que pisar em ovos em tudo que faço e falo.

Não está sendo fácil, mas estou tentando a todo custo não chateá-la. E como isso é complicado pra mim. Sempre fui tão explosivo e sempre procurando dialogar sobre as verdades, pra não viver às escondidas. Tenho medo de não conseguir aguentar a pressão. O pior é que tento sorrir, ser carinhoso, ações que não passam verdade nenhuma a ela. A verdade é que estou muito nervoso também, só que não quero que ela perceba, "ela tem razão em tudo". Estou uma pilha de nervos camuflado por uma cortina de simpatia e falsa serenidade.

Tem tanta coisa que me aborrece e não posso falar. E ficamos vivendo essa fase de aparências. (Como a música postada abaixo) Falando sempre eu te amo, buscando sempre um apóio. E perdendo o sono. As táticas que estou tentando usar não estão funcionando, não sei o que a irrita mais, se minha voz ou o meu silêncio. Ela me conhece tão bem que até o olhar tenho que fingir, às vezes, para não aborrece-la. Tédio com "T" Maiúsculo.

Resolvi, semana passada, voltar à igreja. Voltar a comungar meu amor por Deus, ter uma vida espiritual. Por mim, para eu buscar uma, real, paz interior, pela minha noiva, estando sempre rezando e pedindo bençãos pra ela e seu momento de gravidez e pro meu bebê. Que Deus ponha suas mãos sobre ele, o abençoando, o fortalecendo sempre. Queria muito que ela frequentasse comigo, mas essa fase "filosofa" a faz descrente de tudo. E tem que partir dela, não irei pressioná-la a nada. Ainda mais agora.

Sei que perto do que ela está vivendo os meus problemas são minimos. Eu tenho, realmente, noção disso. Só queria conversar, que ela partilhasse seus problemas comigo ao invés de fazer cara feia e ser antipática 24 horas por dia. Como eu queria que estivessemos unidos. Pena que não sinto essa união.

Se minhas palavras e gestos tem peso dois, só me resta agora não falar nada. Vou começar esse processo nessa semana que se inicia. E que fique registrado, que mesmo com todos esses problemas, não vejo a hora de segurar meu bebê no colo e fazer feliz essa mulher que tanto amo.

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