Tentativa 1

Cada um tem seus mistérios e há alguns somos tentados querer desvendá-los. Há quem diga que pra se estabelecer um grande romance, deve-se sentir os devaneios iniciais. Aquela sensação de desconforto gostoso, quando se está ao lado da pessoa amada. Porém, esse devaneio tem de durar algum tempo. Não pode haver dencontentamento, assim, logo de cara.

Então esse foi o problema com relação a ELA. Sim, interessei-me de cara. Uma mulher atraente, aparentemente inteligente, moderna, independente... sim, uma mulher que eu me interessaria. E por que não estou tão empolgado? Será que ainda não me saí completamente de minha antiga relação? Ou foi aquele detalhe que me desencantou.

Fico mais com a segunda hipótese. O encantamento tem de durar ao menos um encontro. E quando algum detalhe já te desvia a atenção mesmo antes de começar algo? Dizem por aí que esse tipo de relação não vai pra frente. QUe no começo do namoro tem que imaginar, no outro, um ser perfeito. Que durante os anos esse deslumbramento irá acabar, e só então deve-se repensar a relação.

Acredito nisso sim, mas acredito também em surpresas. Então, estou aqui para ser surpreendido. Que pretensão a minha achar que as pessoas devem se fazer valer. Quem me conhece que me compre rs.

P.S.: Como diria meu primo "aborrecente", não formou.

A morte do artista

Dolores Duran e Heather Leadger fazem relação em minha mente saudosa, nessa noite de frio.

A arte é mesmo algo maravilhoso. Que transcende até a materialização da vida. Hoje, vendo o programa Por Toda Minha Vida, a comovente história de vida e morte de Dolores Duran, me pego a pensar o quanto o artista, mesmo longe pode interferir na vida das pessoas. Conheci uma das canções de Dolores a alguns anos atrás, a tão famosa "A Noite do Bem". Não fazia idéia que tal canção havia sido feita num impeto de serenidade, como esboços dessas poesias simples que fazemos ao pé da cama, quando o sono não vem e a solidão assombra. Que maravilha. Depois de décadas passadas essa canção ainda embala corações apaixonados. Que lindo é a arte.

Arte essa que leva o ator Heather Ledger, depois de morto, estrear o novo Coringa. Sim, esse personagem tão conhecido por nós das histórias em quadrinhos. Esse personagem, talvez, mais popular do que o próprio Batman. É ele quem irá interpretar:"Heather Ledger". Certamente alguns não lembram pelo nome, mas com certeza, ao verem seu curriculum de filmes de sucesso lembraram. (Essa pesquisa deixo pra vocês fazerem, tendo certeza que se surpreenderam). A arte tem essa mágia, alguns a podem considerar ingrata, lembrarmos o autor pela obra. Mas vejam o novo filme de Batman. Não por um tributo ao novo ator que se foi, não porque a crítica elogia a atuação dele e diz acreditar que ele será o segundo ator morto a receber um oscar, não porque esse filme é o mais adulto filme de HQ, veja por amor a arte. A essa arte que transcende até mesmo a materialização da vida.

P.s.: Ouçam as músicas de Dolores Duran e entendam o porquê da arte e do amor nunca acabar e nunca ser brega.

De repente, o FIM...

Formavámos aquele casal que todos acreditavam que nunca iria se separar. Tinhamos muitas coisas em comum e as diferenças , aos poucos, tentávamos compensá-las com outras coisas. De repente, um olha pro outro e não ver aquele ao qual amou durante 4 anos. É como se nada correspondesse, é como se sentisse necessidade de ter guardado aqueles anos, para construir algo mais produtivo. Geralmente um lado encara tudo naturalmente, enquanto o outro fica a pensar no que saiu errado e buscar uma forma de transformar aquilo em algo novo, de novo...
Como vi em um filme desses de amor: "Quisera eu não ser o que ama mais", será que sou eu o que ama mais? Só o que sei é que parece que sou eu o que mais tem sofrido com tudo isso. Não era pra ser assim, fora tudo pensado e repensado, embarquei nesse romance com todas as fichas em mãos. Na tentativa de que nada daria errado. Será que o problema está aí? Em acreditar que nada daria errado.
É estranho quando o amor se vai. Mesmo ficando uma boa lembrança, uma amizade talvez. Mesmo assim, você olha pra pessoa e pensa em quantas situações interessantes poderiam está sendo vividas, agora. Sente uma dor por tudo que se foi, e ao mesmo tempo um alívio por ter conseguido encarar tudo com maturidade e tranquilidade.
"Lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba". Mas algo fica. Pena que dessa vez o que ficou não foi o bastante para continuar bem. Aí a gente arruma as malas, toma umas cervejas, dar uma voltas e... ao voltar pra casa lembra que nada vai bem. E tenta tudo outra vez no outro dia. Um dia conseguiremos dormir e quem sabe um outro alguém não tira o teu sono, ou melhor, não te deixe dormir.
Um lindo romance! Eis o que sempre buscamos. Não saberia viver sem um amor Grand'Hotel. Por isso penso nesse fim como a abertura pra um novo começo. Embora, não o quissesse assim.

Solteiro aos 30...

Engraçado como as coisas são. Sempre fui o "pegador", aquele cara que nunca passa mais de um dia sem beijar uma mulher. E durante os 28 anos de minha vida de "pegador" não consegui encontrar uma só mulher que fosse a outra metade da maçã... entende?
Claro que no começo a gente nem se preocupa com isso. Hormônios fazendo a festa em nosso corpo e em nós a sensação de satisfação a todo custo. Nesse periodo até que algumas pessoas foram bem mais que um corpo. Algumas até tinham cerebro. Às vezes até mais cerebro do que corpo, essas foram, sem dúvida, as que conseguiram perceber a minha vocação pra solteiro. E, como dizem aqui em minha terra, "pegaram o beco".
Ainda não completei os 30 anos. Mas depois dos 20 é um pulo, e já que estou nos 28 está tão próximo que até me assusta a idéia. Depois de um namoro de 4 anos, um noivado de 1 mês, estou totalmente à deriva, esperando que algum navio passe por aqui. Seria bem melhor um avião. Quem sabe uma como nessa foto aí...


Impressões sobre o ESTILHAÇOS

Hoje, dia 08 de julho de 2008, cheguei do teatro arrasado. Não é sempre que a gente acerta. A dois dias de estrear eu percebi como várias coisas não estavam se encaixando, mas achava que tudo acabaria acontecendo da melhor forma, como sempre foi. Enganei-me... e, pela primeira vez na minha vida, subi ao palco para ser ridicularizado.

Estilhaços é um texto bom, foi durante muito tempo um projeto na minha vida teatral. Pensei em tudo com muito cuidado, decorei o texto, busquei intenções reais pro meu personagem (que não consegui mostrar), preparei a parte de multimídia, aprendi a fazer sonoplastia, não esqueci nenhum adereço, fui eu mesmo atrás do meu figurino, maquiagem.. faltou uma peruca. Decorei o texto, marcações, criei algumas marcações para enquadrar minha parceira no jogo cênico, mas não aconteceu. “O tiro saiu pela culatra”, literalmente. Não vou justificar meus erros e nem apontá-los, só queria registrar que nem sempre acertamos o alvo. É poético dizer que a arte é conjunto, que em um dueto deve haver reciprocidade. Como não consegui enxergar a tempo? Não consigo entender. O erro não é desperdício se soubermos usá-lo como aprendizagem e crescimento.

Meu sexto sentido não falhou essa noite. Eu sabia que não aconteceria, mas eu tinha dado a minha palavra. E nunca fui covarde em minha vida teatral. Na verdade eu apostei nesse esquete. No começo tinha grandes pretensões. Quis fazer grande. Muito Mais... Tivemos condições de fazer. Os detalhes nos prejudicaram por completo.

O cuidado com os detalhes, eis o que vou levar de lição, o cuidado com os detalhes. Tem outras lições que gostaria muito de aprender também. Não confiar demais nos outros é um erro que cometo sempre. Cada pessoa tem sua energia, seu momento. O Estilhaços não era o projeto de ninguém, a não ser meu. Ninguém comprou a idéia pra si. Ninguém acreditou de fato nela. Eu não consegui dar o melhor de mim, por que estava preocupado com fatores externos. Que merda os fatores externos. E que merda não existir um conjunto em minha vida. Agora agüenta menino, o alvo não foi conquistado, o tiro foi retardado, então vou tentar atirar de novo... quem sabe eu acerte. Queria ao menos um escudo, mas nem isso tenho .


Carlos Wagner